Reviews - A vigilante do amanhã: Ghost in The Shell
"Nós nos apegamos às memórias como se elas nos definissem. Mas eles realmente não. "
A premissa de Ghost in the Shell envolve a ideia de que as memórias não nos definem; Nossas ações. Quando vivemos em um mundo onde a humanidade e as máquinas estão entrelaçadas, nos obriga a criar uma nova versão de nós mesmos, a ponto de podermos transferir nosso cérebro e nossa consciência para um corpo mecânico. Em tempos de relatividade da memória (perda ou alterações), quem somos nós, realmente? O que realmente faz você, você?
Ghost in the Shell ou (Fantasma do Futuro em sua tradução) teve sua adaptação para os cinemas do mangá homônimo criado por Masamune Shirow um dos grandes mestres japoneses dessa arte. Transformada em um longa animado ,dirigido por Mamoru Oshii, a adaptação acabou se tornando um dos maiores ícones da ficção científica no cinema, sendo influência direta nas obras de diversos cineastas posteriormente, além de ser uma das principais obras responsáveis pela popularização das animações japonesas no Ocidente.
A premissa de Ghost in the Shell envolve a ideia de que as memórias não nos definem; Nossas ações. Quando vivemos em um mundo onde a humanidade e as máquinas estão entrelaçadas, nos obriga a criar uma nova versão de nós mesmos, a ponto de podermos transferir nosso cérebro e nossa consciência para um corpo mecânico. Em tempos de relatividade da memória (perda ou alterações), quem somos nós, realmente? O que realmente faz você, você?
Ghost in the Shell ou (Fantasma do Futuro em sua tradução) teve sua adaptação para os cinemas do mangá homônimo criado por Masamune Shirow um dos grandes mestres japoneses dessa arte. Transformada em um longa animado ,dirigido por Mamoru Oshii, a adaptação acabou se tornando um dos maiores ícones da ficção científica no cinema, sendo influência direta nas obras de diversos cineastas posteriormente, além de ser uma das principais obras responsáveis pela popularização das animações japonesas no Ocidente.
Em 2029 temos um mundo em que a
tecnologia atingiu níveis neurais. A capacidade de processamento de
dados a nível cerebral se tornou algo banal e a tecnologia já se tornou
algo inerente na vida de todas as pessoas. A Seção 9 é um departamento
especial de polícia, liderado pela Major Kusanagi Motoko, cuja
especialidade é combater cyber-terrorismo e crimes relacionados. A trama
se desenvolve quando Kusanagi e sua equipe investigam um criminoso
conhecido como “Puppet Master”, que começa a roubar informações secretas
do governo hackeando o “ghost” de suas vítimas.
A narrativa do filme se desenvolve através da busca existencialista em que a protagonista se aprofunda. Em uma sociedade em que a tecnologia faz parte inerente da vida das pessoas, a única coisa que diferenciaria um humano de um robô seria a presença de um “ghost” (uma alma). Temos um distanciamento e intangibilidade da alma humana. O corpo é apenas uma casca para essa subjetiva alma e esse único fator seria definidor da humanidade e individualidade de alguém.
Logo no início somos
apresentados à Major Kusanagi, uma mulher com corpo inteiramente
mecânico, porém com cérebro orgânico. Em sua primeira cena, Kusanagi
entra em combate totalmente despida de suas roupas, apenas trajando uma
capa de invisibilidade militar. Já aí podemos observar que o corpo
cibernético transcenderia o que é humano e a sexualidade. O Paradoxo de
Teseus, que foi discutido por filósofos como Heráclito, Sócrates,
Platão, Thomas Hobbes e John Locke, diz: “Será que um objeto que teve
todos os seus componentes trocados permaneceria sendo o mesmo objeto?”.
Essa é a pergunta que a Major se faz ao longo do filme.
A arte de Ghost in the Shell é muitíssimo bem
trabalhada, passando ao espectador a atmosfera opressora e sombria de um
futuro dominado pela tecnologia através dos tons azulados e cinzentos
acentuados. A animação é suave e natural, mas ao mesmo tempo detalhada, e
se mescla sutilmente com a trilha sonora. Mais agora tudo ganhou nova dimensão com a adaptação para o cinema.
Protagonizado por Scarlett Johansson, o live action usa e abusa de um
excepcional 3D, numa direção de arte futurista impressionante e efeitos
visuais espetaculares. Scarlett interpreta Major, que após ser salva de
um acidente, é transformada em uma policial metade humana e metade
máquina, considerada a ciborgue perfeita. A premissa é basicamente a
protagonista se enveredando pelo mundo dos crimes cibernéticos onde vida
real e lembranças (verdadeiras ou falsas?) se fundem, ditando o ritmo
da estória.
Ghost in the Shell é uma obra grandiosa e complexa, que levanta questões e deixa o ar de dúvida como uma verdadeira obra de ficção científica o faz.
O diretor Rupert Sanders, cujo maior sucesso foi Branca de Neve e o
Caçador, conduz a trama sem grandes ousadias, afinal é um filme de
origem e a ideia é diluir o anime em uma série de filmes a serem
lançados futuramente. Os fãs irão reconhecer vários momentos icônicos
feitos no capricho para agradá-los. Já quem desconhece a existência
tanto do anime quanto da série de 26 episódios, verá ecos de Blade
Runner, O Vingador do Futuro, O Quinto Elemento e, é claro, Matrix.
Se o visual e a parte técnica são arrebatadores, o mesmo não se pode dizer dos diálogos, pouco rebuscados. Scarlett tem uma atuação apática, sem brilho, o que confere com o conceito da obra, onde máquinas são consideradas um estágio elevado do ser humano.
Com participação especial da grande Juliette Binoche, Ghost in the
Shell merece ser visto com atenção redobrada, pois o deslumbre com a
profundidade do 3D e as incríveis cenas de ação, podem tirar um pouco da
atenção nos detalhes que explicam em parte do que realmente se trata o
filme.
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