Resenha: VENCER OU MORRER (Vaincre ou Mourir) ( CABINE DE IMPRENSA )
Enredo e Temática
Ambientada em 1793, a longa acompanha Charette, interpretada por Hugo Becker, que, após anos de tranquilidade, é convocada por camponeses para liderar uma insurreição contra o regime revolucionário. Unindo camponeses, desertores e religiosos sob o símbolo do Sagrado Coração de Jesus, Charette organiza uma resistência que desafia o poder estabelecido, destacando temas como fé, coragem e liberdade de consciência.
Produção e Estilo
Filmado nos locais históricos onde ocorreram os eventos retratados, "Vencer ou Morrer" busca fidelidade histórica e estética. A direção de arte, assinada por Audrey Malecot e Iréne Marinari, e a trilha sonora de Nathan Stornetta retratada para a imersão do espectador na atmosfera do século XVIII. O elenco conta ainda com Rod Paradot, Gilles Cohen e Constance Gay, que entregaram performances marcantes.
Recepção e Controvérsias
Na França, o filme atraiu cerca de 300 mil espectadores, mas recebeu críticas erradas. Enquanto alguns elogiaram a produção para resgatar um pouco conhecido da história francesa, outros apontaram uma abordagem ideológica tendenciosa, com críticas à representação da Revolução Francesa e à suposta exaltação de valores monarquistas e católicos tradicionais.
Estreia no Brasil
“Vencer ou Morrer” tem estreia prevista nos cinemas brasileiros para 5 de junho de 2025, com distribuição da Kolbe Arte. A chegada do filme ao país promete suscitar debates sobre liberdade religiosa, resistência e os limites entre fé e polític
Resenha: BOLERO, A MELODIA ETERNA ( CABINE DE IMPRENSA )
"Bolero: A Melodia Eterna" é uma cinebiografia dirigida por Anne Fontaine que mergulha na vida do compositor francês Maurice Ravel, destacando o processo de criação de sua obra mais famosa, o "Bolero". O filme busca explorar não apenas a composição musical, mas também os conflitos internos e as complexidades emocionais de Ravel.
Enredo e Temática
Ambientado na Paris dos anos 1920, o filme retrata Ravel, interpretado por Raphaël Personnaz, enfrenta uma crise criativa enquanto tenta compor uma peça para a bailarina Ida Rubinstein. A narrativa intercala momentos do passado e do presente, revelando as influências pessoais e profissionais que moldaram sua música. O longo também abordou a relação de Ravel com Misia Sert, sua musa e amiga, e como suas experiências na guerra e na vida pessoal impactaram sua arte.
Atuação e Direção
Personnaz entrega uma performance contida e introspectiva, capturando as nuances emocionais de Ravel. Doria Tillier, como Misia, e Jeanne Balibar, como Ida, complementam o elenco com atuações marcantes. A direção de Anne Fontaine opta por uma abordagem sensível e contemplativa, evitando dramatizações excessivas e focando na jornada interior do compositor.
Aspectos Visuais e Sonoros
Visualmente, o filme recria com a atmosfera da França dos anos 1920, com figuras e cenários detalhados. A fotografia alterna entre tons quentes e sombras melancólicas, refletindo o estado emocional de Ravel. A trilha sonora, naturalmente, destaca o "Bolero", cuja reprodução ao longo do filme serve para enfatizar a obsessão e a complexidade do processo criativo do compositor.
Críticas e Recepção
A recepção crítica foi errada. Alguns elogiaram a atuação de Personnaz e a abordagem sensível da direção, destacando a humanização de Ravel e a exploração de sua neurodivergência e assexualidade. Outros criticaram o ritmo do filme, considerando-o morno e arrastado, e apontaram que a narrativa não conseguiu aprofundar suficientemente os conflitos internos do protagonista. Além disso, a estrutura não linear e os flashbacks frequentes foram visíveis por alguns como elementos que dificultaram a coesão da história.
Conclusão
"Bolero: A Melodia Eterna" é uma cinebiografia que busca oferecer um retrato íntimo de Maurice Ravel, explorando as complexidades de sua personalidade e o processo de criação de sua obra-prima. Embora apresente qualidades notáveis em termos de atuação e direção de arte, o filme pode não agradar a todos devido ao seu ritmo contemplativo e abordagem sutil. Para os apreciadores de música clássica e específica na vida de grandes compositores, é uma obra que merece ser conferida
Resenha: Do Sul, a Vingança – Um Faroeste Brasileiro com Identidade Própria ( CABINE DE IMPRENSA )
Direção: Fábio Flecha
Roteiro: Fábio Flecha e Edson Pipoca
Elenco: Felipe Lourenço, Espedito Di Montebranco, Bruno Moser, Leandro Faria, Luciana Kreutzer, Victor Samudio, David Cardoso
Gênero: Ação, Comédia
Duração: 107 minutos
Estreia: 15 de maio de 2025
Produção: Render Brasil
Distribuição: Kolbe Arte
Sinopse
Do Sul, a Vingança acompanha Lauriano, um escritor em busca de inspiração para seu novo livro. Sua jornada o leva à conturbada fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia, uma região dominada pelo crime organizado. Inicialmente uma investigação simples, sua busca por um personagem conhecido como "Jacaré" se transforma em uma jornada inesperada, mergulhando-o em um mundo de perigos e revelações.
Produção e Reconhecimento
Com um orçamento modesto de R$ 397 mil, o filme surpreende pela qualidade técnica e narrativa. É o primeiro longa-metragem de ficção produzido no Mato Grosso do Sul a entrar no circuito comercial no Brasil, reforçando o crescimento do cinema regional e independente.
O filme acumula reconhecimento internacional. "Do Sul, a Vingança" venceu o Los Angeles Film Awards 2025 (LAFA) como Melhor Longa-Metragem Independente e foi finalista do World Film Festival, em Cannes, um dos mais prestigiados eventos do cinema independente.
Ambiente e Estilo
Ambientado na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, o filme mistura ação e comédia em uma aventura no "Velho Oeste brasileiro", com suas próprias lendas e figurinos. A trama transita entre o cômico e o trágico, apresentando personagens caricatos e situações inusitadas.
Destaques do Elenco
O elenco conta com Felipe Lourenço no papel de Lauriano, Espedito Di Montebranco como Jacaré e uma participação especial de David Cardoso, ícone do cinema nacional conhecido como o "Rei da Pornochanchada".
Conclusão
Do Sul, a Vingança é uma obra que representa um marco para o cinema brasileiro, especialmente para a produção regional. Com uma narrativa envolvente, personagens marcantes e uma ambientação única, o filme oferece uma experiência cinematográfica autêntica e inovadora.
Sobre a Render Brasil
Fundada em 2005 em Campo Grande (MS), a Render Brasil é uma produtora audiovisual que se destaca por unir criatividade, impacto social e excelência técnica. Especializada em cinema, publicidade e projetos culturais, atua também na assessoria de iniciativas por meio de leis de incentivo, como a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual. A empresa é reconhecida por seu compromisso com a acessibilidade, oferecendo recursos como Libras, audiodescrição e legendagem descritiva em suas produções. Com obras premiadas e selecionadas em festivais no Brasil e no exterior, a Render Brasil reafirma seu papel como referência no audiovisual independente e regional.